
Categoria: Artigos
Data: 13/09/2025
A segunda carta de Paulo aos tessalonicenses foi escrita para encorajar
uma igreja jovem e perseguida. Os cristãos de Tessalônica enfrentavam tribulações
externas e confusão interna, especialmente sobre a segunda vinda de Cristo.
Alguns estavam inquietos e ansiosos, outros haviam abandonado o trabalho,
esperando o retorno imediato do Senhor. Nesse cenário de tensão, Paulo encerra
sua carta com uma bênção consoladora: que o “Senhor da paz” conceda paz em
todas as circunstâncias.
Devemos lembrar que Deus é o autor e sustentador da paz verdadeira.
Essa paz não é fruto de circunstâncias favoráveis, mas de um relacionamento
reconciliado com Deus por meio de Cristo. Em meio ao caos, a paz de Deus guarda
o coração e mente do crente (Fp 4.7).
1. A origem da paz: o próprio Deus. Paulo declara que o Senhor “ele
mesmo” é quem concede paz. Não é algo que encontramos em nós ou nas coisas
deste mundo, mas dom gracioso que vem do Deus triúno. Como ensina a Confissão
de Fé de Westminster, toda bênção flui da soberania e bondade de Deus. A
verdadeira paz é consequência da justificação pela fé (Rm 5.1). Por meio de Cristo,
fomos reconciliados com Deus, e dessa reconciliação brota a paz interior que
sustenta o crente em qualquer situação.
2. A continuidade da paz: “continuamente”. Paulo não pede por
momentos esporádicos de paz, mas por uma paz constante e permanente. Essa
continuidade só é possível porque Deus é imutável em Seu ser e promessas. O
pensamento cristão enfatiza a perseverança dos santos: Deus preserva os seus até
o fim. Ainda que as circunstâncias mudem, Deus permanece o mesmo, e Sua paz
não depende do cenário externo. A cada dia, o crente pode lançar sobre o Senhor
suas ansiedades, confiando que Ele cuida de nós (1Pe 5.7).
3. A abrangência da paz: “em todas as circunstâncias”. A paz de Deus não
é limitada. Ela age no meio da perseguição, da escassez e até da morte. A graça
soberana de Deus governa todas as coisas para o bem dos que O amam (Rm 8.28).
Nada está fora de Seu controle, e por isso, o cristão pode descansar. Essa paz não
anula as lutas, mas sustenta o coração no meio delas. Como disse Calvino, a paz de
Deus é “um descanso firme da alma na providência de Deus”.
Concluímos que, O Deus da paz é quem guarda Seu povo. Em Cristo,
temos paz com Deus e podemos experimentar a paz de Deus em toda e qualquer
situação. A fé nos lembra que essa paz repousa na soberania e fidelidade do
Senhor. Que, em meio às tribulações deste mundo, possamos confiar no Deus da
paz, certo de que Ele está conosco e jamais nos deixará.